Comemora-se hoje o dia da Artilharia, por ser a data de nascimento de seu patrono, Marechal Emílio Luis Mallet; o barão de Itapevi. Nascido em Dunquerque, na França, veio ainda jovem para o Brasil, onde foi convidado pelo Imperador D. Pedro I a ingressar nas fileiras do Exército Brasileiro (EB).
Militar de conduta exemplar, foi credor de mérito todo especial por ter-se consagrado e dedicado de corpo e alma à Pátria que o adotou. Mallet, o primeiro dos Patronos, foi invicto em todas as campanhas das quais participou.
Na Guerra da Cisplatina, como tenente e capitão, na Guerra contra Oribe e Rosas, como major, e na Guerra contra Aguirre, como tenente-coronel. Durante a Guerra da Tríplice Aliança, sob o comando de Mallet, a Artilharia brasileira fez tombar os mais audazes adversários.
Esteve presente desde o cerco a Uruguaiana até a Campanha das Cordilheiras, destacando-se: batalha do Passo da Pátria, de Estero Bellaco e de Tuiuti. Nesta última, também conhecida como Batalha dos Patronos, houve o episódio mais marcante da guerra.
Era o ano de 1866, Mallet determinou a construção de um fosso largo e profundo, separando a artilharia brasileira do furioso ataque da cavalaria inimiga. A construção silenciosa desse enorme fosso tinha, na surpresa, o seu maior trunfo. As terras retiradas foram espalhadas com bastante cuidado, de maneira a não formarem parapeito ou denunciarem a fortificação.
Assim, quando a carga inimiga avançou, lá estavam as 24 peças de canhões La Hitte, aguardando inertes e prontas o comando de “fogo”. Mallet, então, proferiu a célebre frase: “Os primeiros são para o buraco. Precisamos honrar o fosso que tanto nos deu trabalho. Eles que venham! Por aqui não passam!”.
Ao comando de “Fogo”, a artilharia fez-se ouvir e respeitar. Foram 28 cargas de cavalaria que se debateram sem sucesso. A rapidez e a precisão dos tiros, sob o comando de Mallet, fizeram que a chamassem de “artilharia revólver”.
Seja na Campanha da Tríplice Aliança sob o comando de Mallet, seja em Canudos, com o capitão Salomão da Rocha, seja na 2ª Guerra Mundial, nos campos de batalha da Itália, comandada pelo general Osvaldo Cordeiro de Farias, a Artilharia brasileira foi sempre temida por seus fogos precisos e letais, obtendo papel primordial nas conquistas realizadas.
Atualmente, visando manter a posição do Brasil em sua natural liderança regional e de país soberano, com Forças Armadas à altura de sua relevância no cenário internacional, o EB contempla sua Artilharia com dois projetos estratégicos: o Projeto Astros 2020 e o Projeto Defesa Antiaérea, que proporcionarão à Força a aquisição e o desenvolvimento de materiais e de um sistema de defesa de alta qualidade.
A relevância da arma dos fogos largos, densos, profundos e poderosos para a nossa Força Terrestre fica evidenciada com a criação do Forte Santa Bárbara.
Visando, ainda, à evolução do adestramento e da instrução das unidades de Artilharia, o Exército criou o Centro de Adestramento e Avaliação Sul, na guarnição de Santa Maria (RS); e o Simulador de Apoio de Fogo, em Resende (RJ). Ambos dotados de equipamentos e softwares modernos e de alto valor agregado.
Arma de valores, tradições e operacionalidade, a Artilharia Verde-Oliva, com seus fogos profundos e temidos, será sempre fator decisivo no campo de batalha: “a última ratio regis”.
Parabéns a todas as gerações de Artilheiros de Costa e Antiaéreos do Brasil!!