Mais de 4 mil produtores apostam nesta espécie de peixe em criadores nos rios São Francisco e Paraguaçu
Elas chegam a custar até 30% menos do que os peixes considerados nobres. Mas estão se consolidando como negócio promissor, a ponto de registrar um crescimento de produção médio de 11% ao ano no Brasil. Com tanta procura, a tilápia já é a espécie de peixe de água doce mais produzida no Brasil, e representa cerca de 55,4% da produção total de peixes do país, segundo dados do anuário de Peixe BR da Piscicultura, divulgado este mês.
Na Bahia, a criação de tilápias também segue a tendência nacional. A produção cresceu 150% em 10 anos de acordo com dados da Bahia Pesca. Enquanto em 2009 eram produzidas 10 mil toneladas de tilápia por ano, em 2018 a marca ultrapassou as 24 mil toneladas anuais. Um volume de produção que garante ao estado o quarto lugar entre os cinco maiores produtores do país.
Atualmente, mais de 4 mil produtores desta espécie de peixe atuam no estado. A maioria está concentrada no Sertão do São Francisco e no curso do Rio Paraguaçu, na região central do estado. O município de Glória, na região de Paulo Afonso, é considerado um dos maiores produtores de tilápia do Brasil.
Considerada a queridinha da vez pelos produtores, a tilápia já representa 83% da produção da piscicultura baiana. As questões climáticas e estratégia de mercado estão entre os principais motivos para o crescimento expressivo do segmento no estado.
“Se deve à disponibilidade hídrica; 45% do São Francisco corta a Bahia, que tem também grandes reservatórios. Além disso o Nordeste passou por uma grande seca nos últimos anos, e muitos produtores de outros estados migraram para cá para fugir dessa seca”, afirma Eduardo Rodrigues, presidente da Bahia Pesca, orgão de fomento à piscicultura no estado e que costuma oferecer cursos e treinamento para quem quer começar o negócio.
Outro fator é a crescente procura por proteína animal. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação estima que aumente em até 16% a procura por este tipo de alimento até 2025.