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sábado, 8 de junho de 2019

"Peso real: as vantagens e riscos de uma moeda única entre Brasil e Argentina"



"A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Argentina terminou com uma surpresa: a proposta de criar uma moeda única entre os dois países ou entre os membros do Mercosul, uma discussão que estava adormecida e que voltou à pauta. É, nas palavras do próprio Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, um “sonho” e um “primeiro passo” para um projeto de longo prazo.

Bolsonaro e Guedes conversaram sobre o tema com Maurício Macri e Nicolas Dujovne, presidente e ministro da Fazenda da Argentina, respectivamente, na última quinta-feira (6), em Buenos Aires. O tema também foi tratado com empresários argentinos e, nas reuniões, até um nome para a possível moeda foi dado: “peso real”."


Discussão sobre unificar o câmbio dos países do Mercosul é antiga, mas exige uma convergência econômica difícil de ser alcançada em curto prazo.| Foto: Marcos Santos/USP Imagens
A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Argentina terminou com uma surpresa: a proposta de criar uma moeda única entre os dois países ou entre os membros do Mercosul, uma discussão que estava adormecida e que voltou à pauta. É, nas palavras do próprio Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, um “sonho” e um “primeiro passo” para um projeto de longo prazo.

A ideia é defendida principalmente pelo ministro da Economia e tem suas vantagens econômicas e riscos. Entretanto, caso venha a ser levada adiante, é um sonho distante. A proposta levaria anos de implementação (a Europa, por exemplo, demorou quase 30 anos para conseguir adotar o euro após a Segunda Guerra Mundial) e seriam necessários anos de convergência macroeconômica, o que ainda não há entre Brasil e Argentina."

"Vantagens e desvantagens da moeda única

A ideia em si de criar uma moeda única tem vantagens e desvantagens, segundo especialistas consultados pela reportagem. Os dois principais benefícios seriam, se tudo desse certo, a criação de uma moeda forte e o estabelecimento de metas e critérios para o equilíbrio das contas públicas dos países membros, o que obrigaria as nações a fazer reformas e ajustes fiscais, normalmente impopulares.

Outras vantagens seriam um Banco Central supranacional independente e autônomo; facilitação da integração regional; diminuição dos riscos monetários e das vulnerabilidades fiscais; maior previsibilidade; possibilidade de acelerar o crescimento econômico; e facilidade de negócios entre países e empresas na região, pois você criaria um espaço econômico com livre atuação.

"Mas há também desvantagens e, em especial, riscos atrelados a esse processo. A principal é a perda de autonomia do país, já que teria de seguir as decisões monetárias e fiscais de acordo com o estabelecido pelo Banco Central da região.

Já na área de riscos, haveria de ter um alinhamento nunca antes visto na América Latina entre os governos dos países que vierem a adotar essa moeda única, pois o fracasso de uma moeda única (ainda não visto no mundo) tende a ser mais devastador do que de uma moeda nacional.

Outro risco é algum país do acordo entrar em crise financeira, obrigando os demais a arcar com os custos dessa crise, caso que já aconteceu na União Europeia, com a colapso da Grécia."