A Bolsa brasileira bateu o recorde histórico nesta quinta-feira (4) com a aprovação do texto-base da reforma da Previdência na comissão especial. A conclusão desta etapa, que ainda depende da apreciação dos destaques levantados por parlamentares, permite que o projeto seja apreciado em plenário antes do recesso parlamentar, que se inicia em 18 de julho.
Uma aprovação na Câmara ainda neste mês abre caminho para corte de juros mais cedo, já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 31 de julho. Além disso, a aprovação final seria adiantada, podendo surtir efeitos na economia ainda este ano.
Tais expectativas levaram o Ibovespa a uma alta de 1,56%, a 103.636 pontos, nova máxima do índice. O dólar também depreciou e foi a R$ 3,8010, queda de 0,670%, menor patamar desde 21 de março.
A nova máxima da Bolsa brasileira vem um dia após os recordes dos três principais índices americanos e máxima anual dos europeus. O otimismo do mercado de ações reflete a expectativa de queda na taxa de juros nos Estados Unidos e na Europa e a negociação entre americanos e chineses em torno de um acordo comercial.
Nesta quinta, a alta da Bolsa brasileira veio do otimismo do investidor local. Devido ao feriado de independência, o mercado americano não abriu. Os índices europeus, por sua vez, fecharam estáveis.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio teve leve alta de 0,33%, enquanto Hong Kong e o índice CSI 300, que reúne as Bolsas chinesas de Xangai e Shenzhen, recuaram 0,2% e 0,52%, respectivamente.
Sem os americanos, o giro financeiro do Ibovespa ficou ligeiramente abaixo da média, com volume de R$ 13,571 bilhões.
"É crucial que a fase de comissão seja superada o quanto antes para haver chance de aprovação em plenário até dia 17 de julho, antes do recesso parlamentar. Nosso cenário base é que a conclusão da votação em plenário fique para agosto", diz relatório da XP Investimentos.
Com a expectativa de cortes na Selic, os contratos futuros de juros tiveram forte queda nesta quinta. O contrato de setembro tem uma queda de 0,054 ponto percentual, para uma taxa de 6,275%, precificando um corte de 0,25 ponto percentual na Selic.
O contrato para janeiro de 2020 recuou 0,09 ponto percentual, para uma taxa de 5,88%, uma antecipação de queda de 0,5 ponto percentual no juro.
Além do cronograma de Rodrigo Maia (DEM-RJ) estar sendo cumprido, outro fator que anima investidores é que o relatório de Samuel Moreira (PSDB-SP), mesmo em sua terceira versão, preserva a economia preterida pelo governo Bolsonaro, de R$ 1 trilhão em dez anos.